Por: Soraya Batista 20/12/2012
Cargos comissionados e secretarias podem ser extintos. Neilton Mulim afirma que prefeitura acumulou déficit milionário na área da saúde e anuncia ônibus com tarifa a R$ 1,50
O prefeito eleito de São Gonçalo, Neilton Mulim, revelou que seu primeiro ato de governo será enxugar a máquina administrativa. Ele também afirmou que irá lutar para reduzir a passagem de ônibus para R$ 1,50 e que o município acumulou dívidas de R$ 80 milhões só na área de saúde, além de perder verbas do governo federal de R$ 6 milhões destinados à educação, por incapacidade técnica em gerenciar projetos do setor.
De acordo com Mulim, o primeiro ato de governo será mandar uma mensagem para a Câmara de Vereadores extinguindo cargos comissionados e secretarias e fundindo pastas. Ele acredita que muita gente achará que não é uma “medida muito simpática”, porém ele afirma que é necessária para o equilíbrio financeiro do município.
“A prefeitura está inchada e a gente precisa promover uma gestão que seja viável, a título de ações que venham beneficiar a população. A expectativa da população é muito grande, então a gente vai ter que tomar essas medidas”, afirmou.
Entre as secretarias que serão extintas está a Projetos Especiais, que, segundo Mulim, não funcionou no governo, tendo em vista o não aproveitamento das emendas parlamentares que destinavam verbas para município, além de falta de projetos que garantissem a aplicação em São Gonçalo de recursos federais.
“Foram devolvidos ao governo federal, em novembro, R$ 6 milhões destinados à educação por falta de condições técnicas para implementar projetos e isso não pode acontecer. Então nós vamos fazer da Secretaria de Projetos Especiais uma subsecretaria do Planejamento, mas com elenco de técnicos no bojo dessa subsecretaria. Técnicos preparados para desenvolver projetos e para se relacionar com o governo do estado e governo federal, para que a gente não perca recursos”, destacou Mulim.
Dívida – O prefeito eleito também revelou que herdará vários problemas do atual governo e que irá assumir a prefeitura no vermelho em relação à saúde. Os números ainda não são oficiais, porém ele estima que a dívida já ultrapasse o valor de R$ 80 milhões.
“Recentemente entramos no Ministério Público para que tivéssemos acesso à Fundação de Saúde, porque, até o momento, não nos foi passada nenhuma informação oficial. Já temos a liminar e aí a Fundação vai ter que se colocar com a comissão para a gente poder conhecer as nuances existentes ali e os problemas que certamente não são pequenos.”, afirmou.
Passagem - Outro problema que também deverá ser enfrentado por Mulim será referente ao preço das passagens de ônibus. Uma das promessas de campanha foi a de reduzir as tarifas do transporte público, no entanto ele estaria enfrentando uma resistência do atual governo.
“O atual governo está deixando uma receita pronta para que, a partir de janeiro, a passagem vá para R$ 3,00. Nós estamos conversando com os empresários, para que não façam isso, mas ela está deixando uma receita pronta para tentar desconstruir o nosso plano de governo”, afirma o prefeito eleito.
Mulim revelou que pretende, gradativamente, diminuir o valor da passagem até chegar a R$ 1,50, tanto no transporte complementar quanto no transporte coletivo. Ele afirmou que não vai abrir mão da redução e que a prefeitura irá subsidiar esse recurso.
“Estamos convidando os empresários para uma parceria, para o bem da população. Vamos, juntos, definir metas que são importantes para a população. Quero fazer uma relação de harmonia, promover uma relação boa, mas focando o bem estar da população”, assegurou Mulim.
Encontros - Para governar com sucesso São Gonçalo, Mulim acredita que é fundamental uma aproximação com os governos federal e estadual. Ele já se encontrou com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, com os secretários de Meio Ambiente, Carlos Minc, de Saúde, Sérgio Cortes, e já tem encontros marcados com o ministro do Trabalho, Brizola Neto, e com o ministro dos Esportes, Aldo Rabelo.
“Já temos um canal de relacionamento com a Dilma, através da bancada do Rio de Janeiro, que hoje está solidária a São Gonçalo. Estamos buscando esses contatos, não podemos governar sozinhos, independente de questões partidárias. Os governantes, em nível de estado e em nível federal, têm essa grandeza de entender que a população fez a sua escolha, uma escolha democrática e que essa escolha deve ser respeitada. Eu não vou dispensar apoio de nenhum governo, pelo contrário, estou buscando esse apoio”, concluiu.
Fonte: Jornal O Fluminense