A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de São Gonçalo inicia na próxima segunda-feira (23/11) o curso Dinâmica cultural e valorização da diversidade: a importância de se falar em gênero, sexualidade e relações étnico-raciais na escola. Desenvolvida pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com o apoio da Fundação Verde Herbert Daniel, a formação tem como objetivo contribuir para a formação e sensibilização de professores e profissionais da educação pública no entendimento da diversidade e de uma cidadania plena a todos os estudantes, nas temáticas transversais de gênero, orientação sexual e raça/etnia.
"Episódios de intolerância por orientação sexual e gênero e por cor/etnia -- ocorridos na forma da homofobia, do racismo e da violência contra a mulher tanto na sociedade como dentro das escolas -- chamam a atenção para o grau de desinformação da população brasileira em relação à diversidade cultural, étnica e sexual existente no Brasil em virtude do baixo investimento na educação e formação de alunos e de profissionais da Educação nas temáticas da sexualidade, do gênero e das relações étnico-raciais. Daí a relevância de realizar este curso de formação, porque, afinal, são questões que fazem parte da vida e estão presentes na escola", avalia o ativista e professor Well Castilhos, coordenador do projeto, presidente do Grupo Liberdade LGBT/Santa Diversidade e pesquisador da UERJ.
"As questões que estão no bojo da diversidade fazem parte da vida e são assuntos que atravessam o ambiente escolar. Incorporar o debate de Gênero e Diversidade na formação dos/as professores/as é o caminho mais eficiente e promissor para um mundo sem intolerância", ressaltou a secretária municipal de Educação de São Gonçalo, Vaneli Chaves.
As aulas vão até março de 2016 e serão ministradas por diferentes professores especialistas nas temáticas citadas. As inscrições serão realizadas no dia da aula inaugural, que ocorrerá na segunda-feira (23/11), com inicio às 9h na UERJ campus São Gonçalo. O Curso terá carga horária total de 40 horas, divididas entre 8 encontros e estudos dirigidos. A UERJ concederá certificados a quem tiver frequência integral.
Para a coordenadora de Educação Integral na SEMED, professora Shirlei Victorino, a escola é um microcosmo da sociedade.
"A escola é um espaço de promoção e valorização das diversidades que enriquecem a sociedade brasileira. Dessa forma, trabalhar com essas questões, no âmbito de uma educação para os direitos humanos, é fundamental. O curso nos permitirá refletir sobre possibilidades de intervenção pedagógica quanto a questões que envolvem preconceito e discriminação no cotidiano escolar".
"Observa-se no país a persistência de situações de desigualdades salariais entre homens e mulheres, baixa representatividade feminina nas esferas do poder e na política, e altas taxas de assassinatos de homens jovens (especialmente os negros das periferias) e de violência e discriminação contra pessoas LGBT. E uma mudança nesse quadro só será possível através da Educação", conclui a supervisora do projeto Dora Cordeiro, Secretária Nacional da Diversidade e Direitos Humanos do Partido Verde (PV).