Partido Verde realiza Iª Conferência Metropolitana da Juventude no Rio

A Juventude do Partido Verde da cidade do Rio de Janeiro, com o apoio da executiva do PV Rio, realiza no próximo sábado (22.10), a Iª Conferência Metropolitana da Juventude do PV, no Rio. O evento começa às 15h30min, no auditório do Instituto Rio Carioca, na Rua Barão do Flamengo, n° 32, 12º andar, Flamengo.

Os jovens vão dialogar com Fernando Gabeira, jornalista, ex-Deputado Federal pelo PV - Rio de Janeiro, Mariana Kapps, Gestora de Projetos Sociais e o empresário espanhol Pablo Del Soto.

O tema da Conferência Metropolitana da Juventude Verde será “Dialogando com a juventude: Políticas Públicas no Município do Rio de Janeiro”, que tem como objetivo construir um programa da juventude verde para o Rio de Janeiro; ampliar o intercâmbio com parlamentares, gestores, dirigentes e pensadores de outros estados e países; aproximar o Partido Verde da sociedade e sintonizar seus membros com os atuais problemas da cidade e transformar o PV carioca em um pólo formador de opinião e referência da geração de propostas para os problemas da cidade.

Para a Secretária Nacional da Juventude, Júlia Duppré, a Conferência Metropolitana da Juventude Verde deverá extrair um alinhamento verde do pensamento jovem. “A idéia é promover diálogos sobre o que os jovens querem para a nossa cidade e o entorno dela. Como a cidade de Nova Iguaçu vai ser sustentável se a população iguaçuana que trabalha, ou não, no Rio enfrenta horas no trânsito por causa de um transporte insuficiente? A percepção desse encontro será magnífica porque quebrará muitas barreiras políticas e sociais”, acredita Duppré.

Júlia Duppré explica que a programação da Conferência Metropolitana da Juventude Verde se estenderá até dezembro deste ano com debates temáticos, mensais, sempre aos sábados, das 15h às 19h, em locais a serem definidos durante a programação.

A Secretária Nacional da Juventude lembra que em todas as gerações a juventude protagoniza mudanças ao seu redor nas áreas política, cultural e estrutural. Muitas delas são permanentes, já outras como a moda passam, porém, essas mudanças sempre são iniciadas pelas mãos dos mais jovens. “Recentemente no Brasil, mulheres jovens se uniram contra o preconceito e o paradigma da imagem feminina marcada pelo estupro. Elas reagiram com a frase: Você viu como ela estava vestida? Estava pedindo para ser estuprada? Em outra ocasião, jovens se uniram em todo o país para provocar na sociedade o diálogo a respeito da Cannabis Sativa (Maconha), a favor de sua descriminalização e liberação do cultivo em casa. A polícia reprimiu as passeatas, mas as mesmas acabaram virando um grande ato a favor da liberdade de expressão”, justifica Duppré.

De acordo com a Secretária Nacional da Juventude, apesar da falta de investimento financeiro, os jovens demonstram algum interesse em participar da formação de políticas públicas. “O mercado de trabalho está cada vez mais exigente, o jovem precisa trabalhar, estudar e realizar outras tarefas. Mesmo assim, conseguimos nos reunir duas vezes por mês e trocar informações nas redes sociais. As idéias construídas em cada conversa são muito boas”, afirma Júlia Duppré.

Júlia Duppré acredita que toda a região metropolitana participará da Conferência Metropolitana da Juventude Verde. “Não queremos quantidade. Contamos com a presença dos jovens, ou não tão jovens, mas que venham com a vontade de expor suas propostas para nossa convivência. Enfim, queremos qualidade”, enfatiza a Secretária Nacional de Juventude.

Empregos Verdes

Mais de 1.400 jovens de 120 países se reuniram na cidade de West Java, Bandung — a terceira maior da Indonésia — entre os dias 27 de setembro e 01 de outubro, para participar da Conferência Tunza. O evento, criado em 2003, é uma estratégia de longo prazo para envolver os jovens em atividades ambientais e no trabalho do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (Pnuma). A palavra tunza significa tratar com cuidado e carinho em suaíli (ou Kiswahili), língua africana oficial no Quênia, na Tanzânia, na Uganda e em outros países.

Na cerimônia foi consolidada a Declaração de Bandung, que contém pedidos, esperanças e apelos dos jovens aos líderes mundiais. A declaração será entregue na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, em junho de 2012.

Nos parágrafos quarto e quinto do documento, os jovens enfatizaram as promessas feitas e não cumpridas na Cúpula da Terra de 1992. Explicitaram que tanto o planeta como futuro deles, estão em perigo, e enfatizaram a impossibilidade de esperar mais uma geração, ou uma “Rio 40”, para que governos e iniciativa privada comecem a agir. [Leia a Declaração de Bandung completa em inglês]

Para representar a juventude do Brasil na Conferência Tunza, foram selecionados seis jovens entre três mil candidatos, com base em projetos ambientais que apresentaram e em seu envolvimento em atividades ecológicas. Entre eles, Iranildo de Sousa Ferreira e Daniel Isfer Zardo. Iranildo disse que é preciso entender o meio ambiente como parte do conjunto de temas orientadores das agendas de desenvolvimento e não mais um tema secundário ou periférico aos processos de tomada de decisão que orientam o crescimento econômico e o desenvolvimento social.

Entre os temas principais do evento, estava a questão dos empregos verdes, assunto que surge como grande desafio para a economia global, além de esforços para a erradicação da pobreza. Nesse sentido, Daniel Zardo disse acreditar que o acesso a empregos verdes deve estar no centro do debate sobre a sustentabilidade. "Temos que olhar para as nossas comunidades, nossa sociedade, nosso ambiente, e perceber que não podemos reduzir a pobreza ou proteger o meio ambiente, sem oferecer oportunidades de emprego verde, especialmente para os jovens. Isso é algo que os decisores políticos devem considerar, se quisermos que a economia verde decole".

Intitulado "Empregos verdes: em busca de um trabalho decente num mundo sustentável e de baixo carbono", o estudo feito pelo Pnuma, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outras organizações, traz um amplo olhar para a emergência de uma "economia verde" e seu impacto no mercado de trabalho do Século XXI.

O estudo prevê a geração de pelo menos 20 milhões de novos postos até 2030 - 12 milhões apenas na indústria de bioenergia, onde o Brasil é um dos principais atores. O resultado econômico dessas mudanças será um mercado global de serviços e produtos "verdes" de cerca de US$ 2,74 bilhões em 2020.

A definição abrange uma vasta gama de profissões que de uma forma ou outra, estão ligadas à preservação de ecossistemas, à redução do consumo de água e energia e à mitigação ou prevenção da geração das diferentes formas de lixo e de poluição.
De acordo com estimativas do setor, o Brasil tem cerca de 500 mil pessoas trabalhando com biomassa, número que pode duplicar nas próximas décadas se houver sinalização política correta.

Achim Steiner, sub-secretário geral e diretor executivo do Pnuma, que participou de reuniões e debates da Conferência Tunza, falou sobre a importância da participação jovem na política. “Ao longo da semana passada, as vozes de 1.200 jovens falaram com paixão e eloquência em Bandung. Suas visões positivas, energia extraordinária e soluções criativas devem ser parte do diálogo sobre o caminho para a Conferência Rio+20. Representando metade da população mundial é vital que os seus esforços e insumos não sejam negligenciados”.

Steiner disse que os líderes devem ouvir com mais cuidado e atenção aos jovens. “A Conferência Tunza é o melhor antídoto para um mundo que continua a racionalizar o desemprego em massa, pobreza e destruição ambiental em nome do progresso econômico e parte da melhor esperança para uma Rio+20 transformadora".

O Pnuma também está apostando em plataformas de mídia social para continuar mobilizando jovens para a Rio+20, que deve receber dezenas de milhares de pessoas no Rio de Janeiro.


Fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)
UNEP News Center
Conferência Tunza