quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Micos-leões preto e da cara-preta têm agora plano nacional para sua conservação

Um grupo de mais de 60 representantes de organizações brasileiras e internacionais, entre elas o IPÊ, estiveram presentes na oficina do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Mamíferos do Sudeste da Mata Atlântica, em Ilhéus, Bahia. O plano é direcionado para região de ocorrência das quatro espécies de micos-leões (formando-se um quadrilátero imaginário), entre eles o mico-leão preto e o mico-leão-de-cara-preta. Além dos primatas, o planejamento inclui metas para conservação de roedores, morcegos, preguiça de coleira e o veado bororó.

O plano nacional foi desenvolvido durante encontro de 15 a 20 de novembro, com objetivo de conservar 27 espécies ameaçadas endêmicas da floresta atlântica na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, inclusive as quatro espécies de micos-leões e dois dos mais ameaçados primatas do Brasil, o muriqui do norte e o guariba. “As ações foram focadas em reverter ameaças previamente identificadas por profissionais atuantes em cada área, em um contexto mais amplo, de hábitat, mas também inserindo algumas ações focadas nas espécies”, conta Camila Nali, pesquisadora do mico-leão-de-cara-preta no Ariri.


IPÊ e a conservação do mico-leão preto


O Mico-Leão-Preto, cientificamente chamado Leontopithecus chrysopygus, é uma das espécies de primatas mais raras e ameaçadas do mundo. Endêmico da Mata Atlântica do interior do Estado de São Paulo já foi considerado extinto da natureza por muitos anos e, ainda hoje, sua situação é grave visto que a espécie era listada no Red Data Book (UICN) como criticamente ameaçada de extinção. Hoje, devido aos esforços do projeto Mico-Leão Preto do IPÊ este mico é listado em uma categoria mais esperançosa. A maior ameaça à conservação do mico-leão preto é a fragmentação das florestas que ocasiona o isolamento e declínio das populações restantes e a consequente degradação do seu habitat.

IPÊ e a conservação do mico-leão-de-cara-preta

O Programa para Conservação do Mico-Leão-da-Cara-Preta (Leontopithecus caissara), realizado pelo IPÊ iniciou sua história em 1996, na Ilha do Superagui, Parque Nacional do Superagui, Guaraqueçaba/PR. Entre 1996 e 2004 foram realizadas diversas pesquisas sobre a Ecologia e História Natural da espécie e sua floresta. As pesquisas resultaram em informações biológicas que ajudaram inclusive a conhecer os problemas e as vocações econômicas e sociais da região do Lagamar de Guaraqueçaba (PR) e Cananeia (SP).

Esse trabalho tornou possível a elaboração (junto ao IBAMA e IUCN/CBSG) do 1º Plano de Ações Conservacionistas para o mico-leão-da-cara-preta e a floresta única onde habita, em 2005. Neste mesmo ano, o programa expandiu sua atuação para a região continental de ocorrência da espécie, passando a concentrar sua atuação na região do Ariri, no município de Cananéia, região sul do Vale do Ribeira (SP), já que as pesquisas na região indicavam que no continente encontram-se as mais sérias ameaças ao mico e sua floresta.


FONTE: http://www.ipe.org.br

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